domingo, 4 de julho de 2010

Notícias do 4o. Encontro Paulista LGBT

Olás! Saudades!

Puxa, que pena que vocês não puderam ir ao 4o. Encontro Paulista. Mesmo com as coisas que são complicadas no ativismo, conseguimos avançar em muitos debates. Estou orgulhosa da carta que construímos ao final do Encontro e dos avanços que pudemos fazer. Estou muito orgulhosa do trabalho que eu e Tchê pelo Espaço B e Dani e Natasha pelo bi-sides fizemos na oficina.

As mesas sobre laicidade e sobre articulação com movimentos sociais foram muito boas, trouxeram discussões que nunca fizemos dessa maneira no movimento paulista.

A oficina sobre bissexualidades foi linda, intensa e assistida por 23 pessoas, entre homens jovens, mulheres de todas as idades e várias travestis e transexuais.

Pela primeira vez falamos na vulnerabilidade dos/as parceiros/as hetero de bis e de trans e na necessidade de acolhê-los nos grupos. Foi também a primeira vez que colocamos num documento paulista a questão do respeito à orientação sexual de travestis e trans.

Falar no direito ao desejo e ao amor é um jeito de humanizar trans e bis... Reconhecer que hetero também sofrem homofobia foi romper sutilmente as caixinhas sem precisar fragilizar o movimento.

Pudemos nos colocar, falar da dor do apagamento do que somos pelo movimento, pela sociedade de modo geral e pelas pessoas que produzem conhecimento científico. Pudemos dizer da nossa necessidade de não apagar parte do que somos e sentimos para sermos aceitos/as. Hoje estamos um pouquinho mais certos/as de que somos viáveis e podemos existir.

As pessoas ouviram com respeito, comentaram e traziam dúvidas sinceras, falaram de seus sentimentos. Para nós que estivemos coordenando a oficina foi libertador falar pra pessoas, das quais não sabíamos nem qual a identidade sexual ou de gênero, sobre nossos dramas mais íntimos e, a partir daí, refletir coletivamente sobre o respeito às diferenças no movimento e sobre o movimento que queremos construir.

Conhecemos várias outras pessoas que se colocam como bis e que se importam com construir um mundo mais igualitário, onde haja lugar para todos/as e também para a gente.

Logo mando a carta de São Carlos pra vocês verem, ela ainda não saiu, mas queria compartilhar a alegria e a sensação de que valeu a pena ter ido ao Encontro.

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